20 de abr. de 2007

Demografia

Vocês já viram os números que indicam uma redução da participação dos judeus tanto na população americana quanto na população israelense? E que o número absoluto de judeus em diáspora vem se reduzindo?
A minoria mais importante do mundo(depois do indivíduo, é claro) está desaparecendo. É verdade que a participação dos judeus na população mundial nunca foi muito elevada, mas o grupo está ficando tão pequeno que provavelmente deixará de ser importante.

19 de abr. de 2007

O limite do senso comum

Circulam, no mercado de idéias brasileiro, muitas teorias equivocadas. Um pouco de senso comum é suficiente para expor as limitações dessas teorias, mas o senso comum não é suficiente para propor algo melhor no lugar. O senso comum servev para nos centrar no meio de uma encruzilhada; mas não nos orienta sobre qual caminho seguir. É verdade que observar os caminhos por mais tempo nos possibilita escolher um pouco melhor. Mas não nos oferece nenhuma vista de longo prazo, nem nos indica como voltar se pegarmos o caminho errado. E, como teremos que escolher algum caminho em algum momento, escolheremos com receio, mas acaberemos escolhendo. Com sorte, podemos escolher um bom caminho. Mas quantas escolhas nossas podem depender da sorte?
A história do Brasil que aprendemos no colégio e mesmo em alguns cursos universitários é bastante inverídica. Utilizamos o senso comum para descartar certos caminhos. Mas qual o mapa que podemos utilizar para seguir um caminho melhor?
A ausência deste mapa é crucial para limitar nossas escolhas e viciar nossa trajetória. Da mesma forma em qualquer curso: pedagogia, geografia, economia, relações internacionais, literatura, etc. O mais comum é que a posição contrária se concentre na oposição feita por um indivíduo. Mas esta acaba sendo personalista demais, e ressalta mais a sagacidade individual e menos o debate, a troca de idéias. Enquanto essas idéias permanecerem como sendo próprias de um outsider, servirão apenas como aquele sujeito da encruzilhada que nos aponta o caminho, mas não nos fornece um mapa. Sempre que estivermos perdidos, teremos que consultá-lo. Mas seu conhecimento é limitado, e suas dicas seletivas, já processadas.

18 de abr. de 2007

Previsão

Hillary Clinton será eleita presidente dos EUA em 2008. Não é um desejo, apenas uma aposta. Podem me cobrar depois.
Conteúdo explicativo da desigualdade

Pode-se dizer que temos, no mercado de idéias políticas, tão somente teorias que localizam a desigualdade como fonte principal de tensão social. Mas que as mesmas se diferenciam em ressaltar uma determinada relação desigual ao invés de outras.

O problema é que, no limite, toda e qualquer desigualdade é fonte de tensão, e só podemos explicar o conflito social através de uma desigualdade se ignorarmos outras fontes possíveis.

Considere, por exemplo, o marxismo. A principal fonte de desigualdade seria entre trabalhadores e donos do capital. Qualquer outro conflito é visto como aparente, ou mesmo decorrente desta desigualdade primordial. O marxismo 'sofisticado', que absorve outras fontes de tensão social, o faz sempre de maneira relutante, continuando a afirmar que a luta de classes é a desigualdade 'primordial'.

O libertarismo, por outro lado, tende a ressaltar como fonte de tensão a ação estatal. Mas existem outras fontes de tensão entre agentes não-estatais. O libertário não nega a existência de tensão privada, mas argumenta que essas tensões seriam marginais não fosse a interferência estatal no assunto. Apesar de concordar, de maneira geral, que várias intervenções cometidas pelo Estado realmente possuem este potencial de acirrar conflitos, não acho que seja possível passar desta constatação para afirmar que estes conflitos não se tornariam grandes problemas caso o Estado não intervisse ou mesmo não existisse.

É preciso diferenciar, portanto, duas questões distintas, a saber: situações nas quais o Estado é o criador do conflito, e situações nas quais ele agrava conflitos que ele não criou. E o fato do Estado ter se constituído, historicamente, como instância na qual os conflitos normalmente são resolvidos pode acabar por confundí-lo como fonte da discordância, quando na verdade ele é usado como meio para resolvê-las.

Se é sempre um meio efetivo de resolvê-las é uma outra questão.