Participando de discussões tanto virtuais quanto reais, cada vez mais me deparo com um certo hábito que temo estar acabando com a possibilidade de uma troca efetiva de idéias. Refiro-me ao que chamo de relativismo epistemológico.
O relativismo epistemológico, como eu o entendo, é a afirmação de que todo ponto de vista é válido, ou que ele seria para a pessoa que o enuncia. Travestido de atitude tolerante, o relativismo epistemológico é a sustentação da intolerância.
Se não há possibilidade de diálogo, a única forma de dialogar é através de 'relações de poder'. E neste modo de entender a realidade, há aqueles que detém o poder e aqueles que não o possuem. Não há comunicação possível entre eles, apenas uma troca de posições. Pois se não há lado certo, a única coisa que os diferencia é a capacidade de influenciar a realidade, digamos assim.
O grande problema é a confusão entre relativismo e pluralismo. O pluralismo indica o respeito e reconhecimento da existência de posições divergentes, e implica numa justa apreciação dos mais variados pontos de vista, sem que, contudo, precise declarar, no fim, a validade de todos. De certa forma, podemos dizer que para ser pluralista precisamos 'relativizar' nossa própria posição, colocá-la em perspectiva perante posições alternativas.
Mas a diferença é que o relativista não reconhece a validade, ou pelo menos a validade possível, das outras visões alternativas, na verdade ele se revolta com o fato de visões alternativas advogarem que possam estar certas, e denunciam as supostas 'relações de poder' que sustentam determinados pontos de vista. No fundo, defendem que a 'verdade' é um instrumento de 'dominação', e que tudo não passa de disputa de poder.
Vale lembrar também que o relativismo, para ser coerente, precisaria aceitar como válido o ponto de vista que afirma a inviabilidade do relativismo, enquanto que o pluralismo, por implicar no respeito a posições distintas, exclui o ponto de vista que o nega. Ou seja, o relativista pode assumir uma postura tirânica sem deixar de ser relativista, enquanto que o pluralista, para negar o pluralismo, deixaria necessariamente de ser pluralista.
O relativismo epistemológico, como eu o entendo, é a afirmação de que todo ponto de vista é válido, ou que ele seria para a pessoa que o enuncia. Travestido de atitude tolerante, o relativismo epistemológico é a sustentação da intolerância.
Se não há possibilidade de diálogo, a única forma de dialogar é através de 'relações de poder'. E neste modo de entender a realidade, há aqueles que detém o poder e aqueles que não o possuem. Não há comunicação possível entre eles, apenas uma troca de posições. Pois se não há lado certo, a única coisa que os diferencia é a capacidade de influenciar a realidade, digamos assim.
O grande problema é a confusão entre relativismo e pluralismo. O pluralismo indica o respeito e reconhecimento da existência de posições divergentes, e implica numa justa apreciação dos mais variados pontos de vista, sem que, contudo, precise declarar, no fim, a validade de todos. De certa forma, podemos dizer que para ser pluralista precisamos 'relativizar' nossa própria posição, colocá-la em perspectiva perante posições alternativas.
Mas a diferença é que o relativista não reconhece a validade, ou pelo menos a validade possível, das outras visões alternativas, na verdade ele se revolta com o fato de visões alternativas advogarem que possam estar certas, e denunciam as supostas 'relações de poder' que sustentam determinados pontos de vista. No fundo, defendem que a 'verdade' é um instrumento de 'dominação', e que tudo não passa de disputa de poder.
Vale lembrar também que o relativismo, para ser coerente, precisaria aceitar como válido o ponto de vista que afirma a inviabilidade do relativismo, enquanto que o pluralismo, por implicar no respeito a posições distintas, exclui o ponto de vista que o nega. Ou seja, o relativista pode assumir uma postura tirânica sem deixar de ser relativista, enquanto que o pluralista, para negar o pluralismo, deixaria necessariamente de ser pluralista.
Um comentário:
Aliás, por isso eu estranhei quando você indicou, na sua lista de livros nas comunidades liberais, "Contra o Método", de Rorty.
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