10 de jul. de 2006

Inicio mais um blog. As experiências passadas me fizeram ter uma idéia mais clara sobre como gerenciar um. Ou pelo menos como não tocar o projeto. Ainda não sei até que ponto um blog(ou blogue, como queiram) pode ser um espaço para debate mais sério e aprofundado. Pelo menos da minha parte, tentarei manter um nível razoavelmente elevado. Escreverei textos longos, chatos, difíceis, mas que vejo como absolutamente necessários para vencer o que chamo de loop mental. Este é um fenômeno que ocorre quando, diante dos fatos, as opiniões sobre o assunto caem invariavelmente entre uma opção e outra, ou seja, há uma polarização evidente, que se repete sempre que um determinado tema emerge. É a idealização recorrente da realidade, uma interpretação dos fatos que é floreada por uma pretensa erudição ou por uma prosa charmosa, mas que escondem por trás concepções de mundo sérias e que merecem a crítica. Por vezes, só saímos de um labirinto se regredimos um pouco no caminho que fizemos até então.

Por reconhecer que construimos nosso pensamento através dessas idealizações recorrentes(seria essa recorrência a caracterização do que chamamos de cultura?), e que a disputa entre posições racionalmente construídas se dá dentro desse ambiente não-reflexivo, tendo a colocar em termos mais subjetivos e menos fatalistas os discursos utilizados pelos agentes da palavra. Sim, pois todo discurso tem como objetivo transmitir algo para alguém. Deve possuir, portanto, algo que é próprio do emissor, mas que também é comum ao receptor. Por isso a cultura importa sim, e negligenciá-la é ignorar a dinâmica pela qual se dá o debate que se pretende racional.

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