-economia da linguagem: um dos problemas básicos da filosofia é a questão dos universais, a saber, se os conceitos existem numa realidade independente dos objetos a que se referem, ou se revelam uma essência particular dos mesmos. A maior parte das correntes filosóficas tentam conciliar a independência relativa dos conceitos com o seu conteúdo real. Uma visão distinta é a da economia: as palavras serviriam meramente aos gostos humanos, sendo que os conceitos reuniriam objetos que os homens consideram, em alguma medida, como substitutos entre si. Existiria um grau de substitutabilidade entre as palavras, e qualquer discordância quando ao significado revelaria preferências distintas quanto ao uso de determinadas expressões.
-economia dos jogos: um campo de estudo muito curioso e que foge um pouco ao campo primordial da economia é a economia do esporte. O que existe de diferente nessa área? Peguemos o exemplo do futebol brasileiro. As preferências dos indivíduos se determinam, teoricamente, num determinado estágio de sua vida, e tendem a se manter até a morte, pois o esporte é acompanhado do sentimento de lealdade. As pessoas também são leais às marcas, é verdade, mas dificilmente enfrentam hostilidade se abandonam determinado produto, fato que ocorre entre aqueles que acompanham futebol. O "vira casaca" é um pária entre os torcedores de futebol. Dificilmente o indivíduo escolhe o time num mercado informal, mas é influenciado pelo seu ambiente familiar e, talvez mais importante, geográfico.
Uma outra questão importante é que a maior parte dos clubes de futebol surgiram como entidades amadoras, ou seja, era um lazer para seus praticantes. Em determinado momento, no entanto, o futebol passou a ser comercializado, os atletas passaram a serem pagos...Mas nem todos os clubes viraram empresa! Nos EUA, por exemplo, os times de basquete possuem um dono, mas esse é um conceito rejeitado pela maioria dos torcedores de futebol. O clube funciona de maneira amadora, apesar de ser um negócio...o que ele maximiza? Títulos? Retorno financeiro?
Um outro fator muito importante é que o jogador enquanto fator de produção é uma variável muito incerta. E não é possível acrescer indefinidamente unidades de produção, nem modificar muito a tecnologia utilizada. Há um limite de atletas que podem jogar, um número limitado de substituições. Um clube muito rico poderia contratar 200 atletas de nível, mas seu retorno seria negativo: o jogador precisa de ritmo, e o time necessita de entrosamento. Mesmo que o clube utilize, com regularidade, mais de 11 jogadores, não pode modificar muito a escalação, com o risco da produtividade do time cair.
Até que ponto se pode ensinar alguém a jogar futebol? Por que a maior parte dos jogadores de futebol advém de famílias de baixa renda? São outras perguntas relevantes.
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