12 de abr. de 2007

O problema econômico I

O homem, para ser um agente econômico, precisa estar vivo. Mas para estar vivo, ele precisa obter recursos que o mantenham nesta condição. Mas esses recursos são obtidos justamente através de sua atividade enquanto agente econômico. Ou seja, a condição para a ação econômica é, ao mesmo tempo, uma das motivações para que ela ocorra.

Que estes recursos deixem de ser obtidos através da exploração direta e sejam conseguidos pela inserção do indivíduo numa ordem impessoal de mercado, é uma mudança significativa.

Se você conversar com a a maioria das pessoas, verá que o desemprego em si, mesmo um desemprego que provavelmente será temporário, é visto como um problema gravíssimo. E por quê? Porque é basicamente através do trabalho que o homem consegue a maior parte dos recursos que utiliza para satisfazer suas necessidades/preferências/gostos. Inclusive a obtenção dos recursos necessários para que ele permaneça vivo. Ou seja, a ausência de emprego é visto como sinônimo de fome e até mesmo morte. Apesar de que, na prática, dificilmente isto aconteça.

Como o trabalho é a fonte primordial da renda do indivíduo, todos os bens e serviços que ele precisa consumir para conseguir trabalhar também se tornam necessários. Podemos chamar esses bens de bens instrumentais, pois o seu consumo é um meio para que um outro objetivo seja atingido. Dada sua restrição orçamentária, o indivíduo escolhe consumir certas quantidades de x, y ou z. Mas para auferir a renda, ele precisa consumir outros bens que, de outra forma, escolheria não consumir.

O que quero dizer com isso? Que a forma como o indivíduo aufere sua renda influi nas escolhas daquilo que ele consome. Uma roupa apropriada, o transporte para chegar ao trabalho, um determinado nível de instrução para conseguir executar uma tarefa, certos hábitos de higiene.

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