22 de jun. de 2007

Provocação II

Pessoas que votam mais vezes aprendem a fazer melhores escolhas? Nem me refiro a possíveis mudanças em relação às idéias que defendem, mas será que aprimoram a forma como escolhem um dos lados em disputa?

Será que a mudança na pirâmide etária modifica substancialmente o resultado das eleições? O envelhecimento geral da população brasileira pode ter colocado o país numa rota menos perigosa? A Europa envelhecida tornou-se mais virtuosa?

Ainda podemos tentar introduzir, de maneira mais polêmica, a idéia de que o comportamento do indivíduo muda ao longo do tempo, e que jovens teriam gostos e predileções distintos das pessoas mais velhas, seja por uma mudança substancial em suas preferências, seja pela perspectiva temporal. De que forma isto afeta o voto?

21 de jun. de 2007

Sugestão(rascunho)

governo ideal: governo que consegue resolver todos os problemas que o mercado não consegue resolver

governo real: desempenho efetivo do governo

governo teórico: governo que, para alcançar os resultados pretendidos, precisa enfrentar uma série de dificuldades inerentes à decisão política

mercado ideal: mercado que consegue resolver todos os problemas que o governo não consegue resolver

mercado real: desempenho efetivo do mercado

mercado teórico: mercado que precisa lidar com problemas institucionais inerentes para funcionar de maneira adequada

Problemas institucionais enfrentados pelo mercado: instituições inerentes ao funcionamento do mercado(delimitação dos direitos de propriedade, por exemplo), instituições facultativas que pioram* seu funcionamento(por exemplo, controle de preços), instituições facultativas que melhoram* o seu funcionamento(patentes, por exemplo).

*pioram ou melhoram em teoria. Os exemplos foram meramente ilustrativos.

19 de jun. de 2007

Provocação

Você precisa ser dono de algo ou possuir uma determinada habilidade para se beneficiar do fato de outra pessoa possuir tal objeto ou habilidade? Este é um argumento muitas vezes usado.

Por exemplo, quando falamos das maravilhas da Internet, muitas vezes algumas pessoas acusam de que 'nem todo mundo tem acesso a Internet'. Esqueça o argumento de que provavelmente no futuro a percentagem da população com acesso a Internet aumentará. Vamos supor que não seja o caso. Isto significa que, para os que não acessam a Internet, sua vida continua a mesma com a existência de acesso por parte de alguns? E mais: será que perseguir a total igualdade de acesso necessariamente aumentaria os benefícios que as pessoas obtém ou, de alguma forma, o acesso desigual seria mais benéfico?

Podemos pensar nesta mesma questão para educação, por exemplo. Será que nos beneficiamos com um pouco mais de educação melhor para alguns do que garantir com que todos tenham o mesmo nível de educação(que, supondo constante os recursos disponíveis, talvez implicasse numa qualidade menor)?

Há um certo pressuposto de que todos devem ter o mesmo acesso a determinados tipos de bem, mas não é claro, para mim, que mesmo que persigamos objetivos igualitaristas as pessoas estarão se beneficiando mais da posse direta do que da posse desigual deste mesmo bem. A não ser que haja um viés na avaliação, deveríamos estar abertos, inclusive, a tirar renda das famílias mais pobres para financiar a educação dos mais ricos. Claro que essas políticas possuem efeitos distintos no curto e no longo prazo, mas de qualquer forma a rejeição, a priori, de certos esquemas parece nos indicar que os indivíduos estão perseguindo objetivos distintos daqueles que declaram.

11 de jun. de 2007

SÃO PAULO - Segundo levantamento divulgado pela corretora Merrill Lynch a obesidade tornou-se uma verdadeira epidemia e está se alastrando rapidamente por todo o mundo. A pesquisa destaca que, vivendo em um mundo mais desenvolvido, as pessoas tendem a ter mais problemas de peso.

De acordo com o estudo, o desenvolvimento mundial gera um mundo mais rico e urbanizado. Com isso, as pessoas comem mais proteínas e adotam um estilo de vida mais sedentário; conseqüentemente, ganham mais quilos.

Custos
A Merrill Lynch constata que estar acima do peso não é apenas problema da maioria dos pacientes. Conforme divulgou o estudo, especialistas estimam que em torno de 30 doenças são causadas pela obesidade.

Como constatou a pesquisa, até mesmo mortes prematuras podem estar associadas ao excesso de peso. Além disso, os custos para combater o problema são altos, especialmente em países desenvolvidos, onde a população aumenta rapidamente.

Obesidade infantil
A obesidade infantil também cresce à medida em que as crianças, além de consumirem comidas pouco saudáveis, tais como lanches e fast foods, não realizam exercícios físicos.

Dados da pesquisa mostram que, em 2005, das 1,6 bilhão de pessoas ao redor do mundo consideradas acima do peso, 400 milhões de pessoas eram classificadas como obesas.

4 de jun. de 2007

Dois argumentos práticos

Existem dois argumentos práticos que podem ser utilizados para convencer alguém a estudar, no campo econômico, a escola neoclássica, e no campo político, o liberalismo minarquista
.
Em relação a escola neoclássica, o argumento é o seguinte: a economia entendida pelo economista médio dos grandes centros é neoclássica, ou próxima desta vertente. Como sendo a crença média dos economistas dos grandes centros, é a escola com a qual todas as outras escolas do pensamento econômico precisam dialogar. E como não dá para se saber, a priori, qual escola está certa(ou se aproxima mais da verdade, ou é mais frutífera em alimentar teorias com teor explicativo superior às concorrentes, etc), existe uma vantagem em estudar a escola neoclássica, pois a possibilidade de mudar para outras escolas concorrentes é maior do que a de pessoas que começam seus estudos em outras escolas. Ou seja, dominar o instrumental neoclássico é mais ou menos como aprender inglês. Quem sabe inglês possui uma possibilidade maior de conhecer as grandes obras do pensamento humano, e a partir de um contato recorrente com obras de uma determinada língua, se interessar em conhecê-la.

Em relação ao liberalismo minarquista, a vantagem em estudá-lo é definir, de maneira rigorosa, o que é afinal o Estado Mínimo, e compreender que certas ações rotineiramente executadas pelo Estado NÃO seriam feitas numa sociedade minarquista. Também é importante para distinguir o minarquismo da mera anarquia. Há uma confusão generalizada em chamar o minarquismo de anarquismo, e Estados que exercem certas funções de minarquistas. Claro que os termos sempre estão em disputa, mas certamente entender o que comumente é chamado pelos minarquistas de minarquismo é extremamente esclarecedor quanto ao estado atual da sociedade e as suas perspectivas futuras.

28 de mai. de 2007

O perigo do relativismo epistemológico

Participando de discussões tanto virtuais quanto reais, cada vez mais me deparo com um certo hábito que temo estar acabando com a possibilidade de uma troca efetiva de idéias. Refiro-me ao que chamo de relativismo epistemológico.

O relativismo epistemológico, como eu o entendo, é a afirmação de que todo ponto de vista é válido, ou que ele seria para a pessoa que o enuncia. Travestido de atitude tolerante, o relativismo epistemológico é a sustentação da intolerância.

Se não há possibilidade de diálogo, a única forma de dialogar é através de 'relações de poder'. E neste modo de entender a realidade, há aqueles que detém o poder e aqueles que não o possuem. Não há comunicação possível entre eles, apenas uma troca de posições. Pois se não há lado certo, a única coisa que os diferencia é a capacidade de influenciar a realidade, digamos assim.

O grande problema é a confusão entre relativismo e pluralismo. O pluralismo indica o respeito e reconhecimento da existência de posições divergentes, e implica numa justa apreciação dos mais variados pontos de vista, sem que, contudo, precise declarar, no fim, a validade de todos. De certa forma, podemos dizer que para ser pluralista precisamos 'relativizar' nossa própria posição, colocá-la em perspectiva perante posições alternativas.

Mas a diferença é que o relativista não reconhece a validade, ou pelo menos a validade possível, das outras visões alternativas, na verdade ele se revolta com o fato de visões alternativas advogarem que possam estar certas, e denunciam as supostas 'relações de poder' que sustentam determinados pontos de vista. No fundo, defendem que a 'verdade' é um instrumento de 'dominação', e que tudo não passa de disputa de poder.

Vale lembrar também que o relativismo, para ser coerente, precisaria aceitar como válido o ponto de vista que afirma a inviabilidade do relativismo, enquanto que o pluralismo, por implicar no respeito a posições distintas, exclui o ponto de vista que o nega. Ou seja, o relativista pode assumir uma postura tirânica sem deixar de ser relativista, enquanto que o pluralista, para negar o pluralismo, deixaria necessariamente de ser pluralista.
Mercado negro/cinza cresce na Suécia

Sweden's black and grey markets almost doubled in size between the years 1990 and 2004. A new report from two central bank economists has shown that the black and grey sectors increased their share of Gross Domestic Product (GDP) from 3.8 to 6.5 percent, Dagens Industri reports.

The two economists measured the amount of cash in circulation in Sweden and found that 67 percent of all cash transactions were unexplained for the period in question.

The total value of coins and notes in circulation in Sweden amounts to 100 billion kronor ($14.3), almost half of which is made up off 1,000 kronor notes.

"We have assumed that the majority of economic activity that is not registered is carried out by people who don't want it registered," economist Gabriela Guibourg told Dagens Industri.

The Swedish National Economic Crimes Bureau and the tax authorities both share the Riksbank's conclusion that the black market sector has grown in recent year. The
trend is more or less the same in other Nordic countries.

24 de mai. de 2007

Sugestões?

Alguém tem sugestões de temas a serem tratados por aqui?


20 de mai. de 2007

Distribuir renda II

Um programa realmente efetivo de equalização da renda deveria distribuir primeiro de quem está um pouco acima da renda média para quem está um pouco abaixo da mesma. Começando pelo grupo mais próximo da renda média, a força política necessária para redistribuir entre os mais distantes, tanto para cima quanto para baixo, desta mesma renda, certamente seria suficiente para alcançar a total igualdade de rendimentos.

18 de mai. de 2007

Distribuir renda

99,9% das pessoas que clamam por uma distribuição mais igualitária da renda em jornais, revistas, universidades e programas de televisão possuem uma renda pessoal acima da renda média. Já fiz essa pergunta, mas a refaço agora: por que estas pessoas simplesmente não distribuem voluntariamente sua renda? Não importa se os mais ricos não distribuem suas rendas, visto que a renda igualitária só poderá ser alcançada se TODA a renda pessoal que se encontra acima da média for redistribuída para aqueles que ganham menos do que a média. Se o objetivo é a renda igualitária, não faz diferença se a renda inicialmente distribuída é de quem se encontra mais próximo da renda média do que aqueles que se encontram distantes, da mesma forma que não faz diferença redistribuir primeiramente entre aqueles que se encontram um pouco abaixo da renda média do que para aqueles que se encontram mais distantes.

A maior parte das pessoas, no entanto, responderá que a redistribuição deve começar dos mais ricos para os mais pobres. Será que isto não é indicativo que o objetivo perseguido não é a igualdade de renda, mas algum outro ideal não revelado?