À primeira vista, essa análise pode parecer estranha, mas até agora a disputa presidencial está sendo uma reedição do segundo turno em 2002. Estranho? Pois explico melhor.
Não temos, esse ano, um terceiro(ou quarto) candidato que se apresente como alternativa. Novamente, o PMDB se abstém das eleições e, dessa vez, o PFL retorna seu apoio à Alckmin. E o PT? Bem, o PT se divide, hoje, em 3: a candidatura Lula; a dissidente Heloísa Helena, do novato PSOL; e Cristovam Buarque, ex-ministro da educação do atual governo e que agora milita no PDT, ainda sem rumo após a morte de Brizola. Somados, somam 56%(44% de Lula, 11% de Heloísa, 1% de Cristovam). Nas eleições de 2002, Lula conseguiu 61% dos votos válidos, enquanto Serra bateu nos 38%. Hoje, temos 9% que votam branco/nulo e 9% de indecisos. Se somássemos esses 18% com os 25% de Alckmin, nos daria 43%.
Estamos, virtualmente, na mesma situação em que nos encontrávamos no segundo turno de 2002. Esses 18% que não escolheram entre os candidatos mais à esquerda dificilmente o farão no futuro(talvez Cristovam ainda possa crescer). Nas simulações de segundo turno, Lula aparece com 50% e Alckmin, com 36%, número muito próximo do conseguido por Serra em 2002, ou seja, absorve boa parte dos nulos/brancos/indecisos: cresce 11%. Já Lula, num possível segundo turno, parece não ter absorvido todo o eleitorado de HH, mas é provável que isso ocorra. Ainda restam 14% de votos flutuantes, e se imaginarmos uma divisão igual entre os mesmos, Alckmin alcança 43% e Lula, 57%. Virtualmente, 60% a 40%, os mesmos resultados de 2002.
Essa é uma análise informal e sem muito rigor, mas apresenta tendências que não podem ser ignoradas.
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