A crítica do convencionalismo se refere, basicamente, aos bens artísticos e científicos. Numa economia de mercado, os indivíduos manifestam os gostos que já possuem. O mercado funciona muito bem para satisfazer esses gostos. Mas não funciona para desafiá-los. A saber: a inovação não é incentivada pelo mercado, ao contrário, a tendência é que o resultado de mercado se atenha às convenções sociais estabelecidas. As pesquisas científicas puras não atraem os investimentos das empresas, da mesma forma que as manifestações artísticas de vanguarda. É preciso, portanto, que elas sejam financiadas pelo governo.
Essa crítica se equivoca ao não perceber o caráter dinâmico dos gostos, que são modificados na margem. Só existe a noção de ciência pura porque existe uma ciência aplicada, só existe noção de arte de vanguarda porque existe a arte convencional. O que era ciência pura ontem tornou-se aplicada, o que era vanguarda agora é lugar comum. Não é preciso garantir a existência de uma ciência pura ou de uma arte de vanguarda, mas sim a possibilidade do indivíduo em optar por não seguir os caminhos da ciência aplicada nem da arte de vanguarda.
Imaginemos, por exemplo, se tanto a produção da ciência quanto da arte ficassem a cargo do governo. Não estaria garantido que a ciência nem a arte fossem puras, mas sim que esses campos refletissem as preferências dos governantes. O problema está justamente aí: as preferências dos governantes não podem manifestar a novidade, mas apenas se basear nas experiências passadas. Não sabemos qual pesquisa de ciência pura ou qual arte experimental vingará. Por isso a única forma de fugir do convencionalismo não é o financiamento governamental, que só pode se basear no nível atual de conhecimento, mas sim a garantia legal do dissenso. A ação do governo será influenciada por aqueles grupos que se organizarem melhor. As pesquisas científicas financiadas serão aquelas que beneficiam determinadas empresas, e as artes financiadas serão de artistas já famosos ou de pessoas próximas a eles.
Faz mais sentido que o governo financie pesquisas que sejam consideradas úteis pelos eleitores, ou manifestações artísticas consideradas valiosas do que esse investimento na inovação. Pois nesse caso o mérito da questão pode ser debatido, enquanto no caso da inovação temos um campo em aberto.
Podemos nos questionar se o governo não poderia oferecer os intrumentos para pesquisa científica ou criação artística. Não pensei muito a respeito ainda, então deixo esse assunto para um próximo artigo.
Essa crítica se equivoca ao não perceber o caráter dinâmico dos gostos, que são modificados na margem. Só existe a noção de ciência pura porque existe uma ciência aplicada, só existe noção de arte de vanguarda porque existe a arte convencional. O que era ciência pura ontem tornou-se aplicada, o que era vanguarda agora é lugar comum. Não é preciso garantir a existência de uma ciência pura ou de uma arte de vanguarda, mas sim a possibilidade do indivíduo em optar por não seguir os caminhos da ciência aplicada nem da arte de vanguarda.
Imaginemos, por exemplo, se tanto a produção da ciência quanto da arte ficassem a cargo do governo. Não estaria garantido que a ciência nem a arte fossem puras, mas sim que esses campos refletissem as preferências dos governantes. O problema está justamente aí: as preferências dos governantes não podem manifestar a novidade, mas apenas se basear nas experiências passadas. Não sabemos qual pesquisa de ciência pura ou qual arte experimental vingará. Por isso a única forma de fugir do convencionalismo não é o financiamento governamental, que só pode se basear no nível atual de conhecimento, mas sim a garantia legal do dissenso. A ação do governo será influenciada por aqueles grupos que se organizarem melhor. As pesquisas científicas financiadas serão aquelas que beneficiam determinadas empresas, e as artes financiadas serão de artistas já famosos ou de pessoas próximas a eles.
Faz mais sentido que o governo financie pesquisas que sejam consideradas úteis pelos eleitores, ou manifestações artísticas consideradas valiosas do que esse investimento na inovação. Pois nesse caso o mérito da questão pode ser debatido, enquanto no caso da inovação temos um campo em aberto.
Podemos nos questionar se o governo não poderia oferecer os intrumentos para pesquisa científica ou criação artística. Não pensei muito a respeito ainda, então deixo esse assunto para um próximo artigo.
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