25 de jan. de 2007

Da força do hábito

Há um certo comodismo em criticar a opinião alheia, que é fugir de analisar a sua própria opinião. Tão certo está da estupidez do outro que não perde tempo analisando a sua. Sua opinião é a certa e a dos outros, uma variação do erro.

Um debate produz a verdade muito menos pela vontade dos debatedores do que pelas regras do confronto. O debatedor pode querer apenas vencer, mas se as regras o forçam a buscar a verdade para tal, então ele joga o jogo desta forma, como se precisasse buscar a verdade para vencer, quando na verdade precisa apenas convencer o outro. Os debatedores buscam, de maneira geral, entrar em debates que sabem, de antemão, já ganhos. Da mesma forma que uma empresa busca agir em mercados em que ela não seja desafiada, ou que possua apenas competidores fracos. Ela não precisa oferecer um bom produto para lucrar, mas é forçada pelos mecanismos da competição a agir desta forma.

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