Quem prestou atenção nas imagens publicadas no post anterior deve ter reconhecido os indivíduos listados antes e depois do século XIX, mas deve ter tido dificuldade em reconhecer os sujeitos que viveram aquele estranho século.
Isto não ocorre por acaso. O século XIX foi, ao mesmo tempo, o mais liberal e anti-liberal de todos. Por um lado, foi o mais liberal porque as propostas do liberalismo motivaram uma série de reformas institucionais que animaram países de toda a Europa. A escravidão foi oficialmente abolida em todo o mundo, a bandeira do livre comércio atingiu seu auge, a liberdade de pensamento e comportamento foi expandida a um nível nunca antes imaginado. Mas, por outro, as ideologias anti-liberais foram alimentadas pelos resultados do liberalismo. Antes, era o liberalismo que estava em posição crítica. Agora, os resultados do liberalismo eram criticados. Reformismo e liberalismo deixaram de ser sinônimos, e o campo do progressismo e da crítica social passou a ser ocupado por pensadores de outras vertentes, dentre elas a socialista. E o mais influente deles, sem dúvida, chama-se Karl Marx.
Não avalio aqui o mérito das idéias de Marx. Mas não se pode negar que tenha sido bem sucedido em eclipsar o pensamento liberal, tranformando-o em mera apologia da, segundo ele, exploração capitalista. Se o liberalismo antes da Revolução Industrial ainda é tido como relevante e "progressista", mesmo entre os marxistas, o liberalismo no século XIX não poderia ser outra coisa que não "reacionário". E, mesmo com o fracasso dos regimes socialistas ao longo do século XX, a imagem do liberalismo como algo inerentemente conservador ainda não foi dissipada do imaginário popular. E isto serve tanto para os detratores, que se colocam como progressistas e portanto anti-liberais, quanto para os entusiastas que se consideram conservadores, logo liberais.
Mas qual a vergonha que devemos ter de pensadores como Benjamin Constant, Herbert Spencer, Lord Acton, Bastiat e Stuart Mill? Certamente não eram perfeitos, mas quem espera que eles sejam? Por que um pensador que se mostrou tão equivocado (tanto em suas idéias quanto em suas previsões) como Marx ainda é festejado como mente privilegiada, ao passo que os pensadores da linhagem liberal, que tanto foram ridicularizados pelo seu "extremismo"(nas críticas que faziam do socialismo, do intervencionismo e da democracia ilimitada), ainda provocam um certo desconforto mesmo entre seus pares ideológicos?
Recuperar o século XIX para conquistar o século XXI. Eis a tarefa dos liberais.
Isto não ocorre por acaso. O século XIX foi, ao mesmo tempo, o mais liberal e anti-liberal de todos. Por um lado, foi o mais liberal porque as propostas do liberalismo motivaram uma série de reformas institucionais que animaram países de toda a Europa. A escravidão foi oficialmente abolida em todo o mundo, a bandeira do livre comércio atingiu seu auge, a liberdade de pensamento e comportamento foi expandida a um nível nunca antes imaginado. Mas, por outro, as ideologias anti-liberais foram alimentadas pelos resultados do liberalismo. Antes, era o liberalismo que estava em posição crítica. Agora, os resultados do liberalismo eram criticados. Reformismo e liberalismo deixaram de ser sinônimos, e o campo do progressismo e da crítica social passou a ser ocupado por pensadores de outras vertentes, dentre elas a socialista. E o mais influente deles, sem dúvida, chama-se Karl Marx.
Não avalio aqui o mérito das idéias de Marx. Mas não se pode negar que tenha sido bem sucedido em eclipsar o pensamento liberal, tranformando-o em mera apologia da, segundo ele, exploração capitalista. Se o liberalismo antes da Revolução Industrial ainda é tido como relevante e "progressista", mesmo entre os marxistas, o liberalismo no século XIX não poderia ser outra coisa que não "reacionário". E, mesmo com o fracasso dos regimes socialistas ao longo do século XX, a imagem do liberalismo como algo inerentemente conservador ainda não foi dissipada do imaginário popular. E isto serve tanto para os detratores, que se colocam como progressistas e portanto anti-liberais, quanto para os entusiastas que se consideram conservadores, logo liberais.
Mas qual a vergonha que devemos ter de pensadores como Benjamin Constant, Herbert Spencer, Lord Acton, Bastiat e Stuart Mill? Certamente não eram perfeitos, mas quem espera que eles sejam? Por que um pensador que se mostrou tão equivocado (tanto em suas idéias quanto em suas previsões) como Marx ainda é festejado como mente privilegiada, ao passo que os pensadores da linhagem liberal, que tanto foram ridicularizados pelo seu "extremismo"(nas críticas que faziam do socialismo, do intervencionismo e da democracia ilimitada), ainda provocam um certo desconforto mesmo entre seus pares ideológicos?
Recuperar o século XIX para conquistar o século XXI. Eis a tarefa dos liberais.
Um comentário:
'progressistas e portanto anti-liberais'
'conservadores, logo liberais'
dá para explicar melhor?
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