1 de abr. de 2007

Individualismos

O resultado previsível do coletivismo é o reino da mediocridade. Perante este estado de coisas, o indivíduo que possui alguma excelência, que se destaca em alguma atividade, se revolta. Torna-se um individualista e crítico do mundo ao seu redor.

Mas é um individualismo torto, incompleto. Liberdade, sim, mas apenas para os melhores. A "massa"? Para estas não faz diferença ser livre ou não, serão sempre eternos escravos. Ou seja, exige tudo para que se realize enquanto indivíduo, mesmo que isso signifique o sacrifício da individualidade alheia. A opção deixa de ser uma ordem social que trate todos da mesma forma, mas sim que se permita aos excelentes se colocarem 'além do bem e do mal'.

É este individualismo 'heróico', e não o individualismo como base da sociedade livre, que é mais comum entre a gente. 'Todos são individuais, mas alguns são mais individuais do que outros'.

A crítica do individualismo 'heróico' à democracia é de que os excelentes precisam se submeter à vontade da massa. A crítica do individualismo liberal é que mesmo a democracia precisa funcionar limitada por certas regras. A questão é que os 'heróicos' aceitariam de bom grado a tirania dos melhores, enquanto os liberais acreditam que mesmo os melhores, ao exercerem o poder, precisariam ser limitados pela lei(sem contar o problema prático de saber se existe algum mecanismo efetivo para escolher os melhores).

Como bem coloca Hayek:

"the liberal, of course, does not deny that there are some superior people - he is not an egalitarian - but he denies that anyone has authority to decide who these superior people are.
"

Nenhum comentário: