10 de mai. de 2007

Brancos perdem renda, e cai diferença em relação a negros


A diferença de rendimentos médios entre homens brancos e negros no Brasil caiu 32,6% entre 1995 e 2005. A redução, no entanto, não ocorreu apenas pela evolução da renda dos negros, mas, principalmente, pela queda do salário dos brancos. Essa é uma das informações que se pode observar no relatório "Igualdade no Trabalho: Enfrentando Desafios", que a Organização Internacional do Trabalho divulgou nesta quinta-feira.

No período analisado, o salário dos homens negros subiu 4,7%, passando de R$ 402 para R$ 421, em números corrigidos pela inflação. Já o dos homens brancos foi o único que caiu: 11,6%, passando de R$ 715 para R$ 632. O de mulheres brancas subiu 6% (de R$ 447 para R$ 474).

O salário de mulheres negras aumentou 41% nos dez anos analisados, a maior alta registrada pela pesquisa. Mas continua sendo o segmento com menor rendimento: R$ 316 em 2005, e R$ 223 dez anos antes.

A diferença de salário entre homens brancos e negros era de R$ 313 em 1995 e caiu para R$ 211 em 2005. Entre mulheres brancas e negras, passou de R$ 224 para R$ 158, uma queda de 29,5%.

O aumento do salário de homens negros e mulheres brancas e negras é explicado por sucessivos aumentos do salário mínimo e redução da inflação*.

O Brasil também obteve progressos em políticas destinadas a reduzir a desigualdade racial, segundo Laís Abramo, diretora da OIT no país. "Há muitos países que nem querem reconhecer a discriminação racial", disse ela.

"O gênero e a raça não são questões de minorias no Brasil. Estamos falando de uma ampla maioria da sociedade", afirmou.


*este blog não endossa a explicação via aumento do salário mínimo.

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