16 de fev. de 2007

A miséria do anti-americanismo(e do pró-americanismo também)

O problema do anti-americanismo é condenar toda ação do governo americano simplesmente porque é uma ação cometida pelo governo americano. Ou seja, não se julga o mérito da ação, mas o agente da mesma. Se estabelecemos critérios normativos claros, eles se aplicarão a todos aqueles que se coloquem na situação que potencialmente podemos julgar. Eu julgo o bloqueio americano à Cuba, nos dias de hoje, como equivocado, não por ser um bloqueio feito pelos EUA, mas simplesmente porque questiono o instituto do bloqueio para todo objetivo que não seja a defesa nacional.

Da mesma forma, o pró-americanismo, como resposta ao anti-americanismo, também é bastante equivocado, visto que o governo americano agir de maneira correta é uma questão empírica e não a priori.Claro, podemos discutir se as ações do governo americano, no cenário internacional, são predominantemente benéficas ou maléficas, mas só podemos chegar a este quadro geral se analisarmos as ações deste mesmo governo caso a caso, ao longo da história.

Alguns comentaristas gostam de rejeitar o livre comércio ao acusarem que os Estados Unidos não o praticam de maneira coerente. Ora, se não o praticam de maneira coerente, azar, pois saem perdendo por este comportamento. Podemos dizer o mesmo de várias outras reformas liberais, sempre comparadas com a situação real dos Estados Unidos. O fato da sociedade americana se organizar por princípios mais ou menos liberais, talvez mais liberais do que qualquer outra sociedade é, novamente, uma questão empírica. Nada impede, por exemplo, que algum tigre asiático ultrapasse os Estados Unidos, no futuro, em liberalismo político, econômico e cultural.

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