O termo direita é de tão complicada definição quanto o termo esquerda. Mas apresenta uma complicação adicional.
Direita é usado tanto para designar os partidários do liberalismo quanto nacionalistas.
Alguns liberais gostam simplesmente de chamar os nacionalismos como também sendo de esquerda - mas eu acho um expediente bastante complicado.
Complicado porque, historicamente, é muito difícil sustentar esta tese. É mais fácil fazer, como o fez Hayek no "Caminho da Servidão", condenar o método pelo qual tanto socialistas quanto fascistas desejavam realizar seus objetivos.
Difícil dizer que um político como Le Pen seja esquerdista. Mas ele é claramente anti-liberal.
Há, portanto, certos elementos no que normalmente se chama de direita que dificilmente conseguem ser conjugados com a tradição do liberalismo. Principalmente se pensarmos que a economia ocupa um lugar muito marginal nas reflexões destes ideólogos, enquanto para o liberalismo a defesa do mercado livre é um dos pilares de seu pensamento.
Como, em grande parte, o movimento ao longo do século xx foi em direção a um maior controle estatal, tanto da atividade econômica quanto da vida privada, a defesa da conservação de certas instituições em países razoavelmente liberais se confundiu com a defesa, em parte, do status quo.
Mas isto não é exatamente verdade em países com poucos avanços na área liberal. Na verdade, a situação neles era ainda mais difícil: era preciso ser reformista para defender o liberalismo, e ao mesmo tempo rejeitar a alternativa socialista. Não é à toa, imagino, que em países de menor tradição liberal o liberalismo tenha sido mitigado em questões econômicas, por conta da trajetória conjunta que tanto liberais quanto socialistas trilharam na defesa de certas reformas.
O que quero dizer é que em certos países já existiam instituições razoavelmente liberais, e a ameaça se dava por conta dos experimentalismos econômicos, enquanto em outros a economia estava também sendo ameaçada, mas as instituições liberais precisavam, ao mesmo tempo, serem criadas.
O liberalismo tornou-se novamente urgente no fim do século passado, agora como força reformista. E exigindo reformas que talvez os seus pretensos companheiros de direita não consigam endossar.
Talvez tenhamos que esperar mais uns 10, 15 anos para que as forças políticas se ajustem melhor.
Direita é usado tanto para designar os partidários do liberalismo quanto nacionalistas.
Alguns liberais gostam simplesmente de chamar os nacionalismos como também sendo de esquerda - mas eu acho um expediente bastante complicado.
Complicado porque, historicamente, é muito difícil sustentar esta tese. É mais fácil fazer, como o fez Hayek no "Caminho da Servidão", condenar o método pelo qual tanto socialistas quanto fascistas desejavam realizar seus objetivos.
Difícil dizer que um político como Le Pen seja esquerdista. Mas ele é claramente anti-liberal.
Há, portanto, certos elementos no que normalmente se chama de direita que dificilmente conseguem ser conjugados com a tradição do liberalismo. Principalmente se pensarmos que a economia ocupa um lugar muito marginal nas reflexões destes ideólogos, enquanto para o liberalismo a defesa do mercado livre é um dos pilares de seu pensamento.
Como, em grande parte, o movimento ao longo do século xx foi em direção a um maior controle estatal, tanto da atividade econômica quanto da vida privada, a defesa da conservação de certas instituições em países razoavelmente liberais se confundiu com a defesa, em parte, do status quo.
Mas isto não é exatamente verdade em países com poucos avanços na área liberal. Na verdade, a situação neles era ainda mais difícil: era preciso ser reformista para defender o liberalismo, e ao mesmo tempo rejeitar a alternativa socialista. Não é à toa, imagino, que em países de menor tradição liberal o liberalismo tenha sido mitigado em questões econômicas, por conta da trajetória conjunta que tanto liberais quanto socialistas trilharam na defesa de certas reformas.
O que quero dizer é que em certos países já existiam instituições razoavelmente liberais, e a ameaça se dava por conta dos experimentalismos econômicos, enquanto em outros a economia estava também sendo ameaçada, mas as instituições liberais precisavam, ao mesmo tempo, serem criadas.
O liberalismo tornou-se novamente urgente no fim do século passado, agora como força reformista. E exigindo reformas que talvez os seus pretensos companheiros de direita não consigam endossar.
Talvez tenhamos que esperar mais uns 10, 15 anos para que as forças políticas se ajustem melhor.
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