O que é, afinal, liberalismo? Quem são os liberais? Não pretendo responder agora, mas sugiro um esquema para maior esclarecimento do debate. Trata-se de unir as combinações possíveis entre desejável e realizável.
1-O liberalismo é desejável e realizável. É desejável que a plataforma liberal seja implementada, e os seus pontos são realizáveis, apesar de não existir, no momento, nenhum partido que a defenda de maneira ampla.
2-O liberalismo é desejável mas irrealizável. A plataforma liberal é muito interessante, mas se baseia em pressupostos e noções que não condizem com a realidade. Portanto, apesar de defenderem boas idéias , os liberais estão propondo um conto de fadas.
3-O liberalismo é indesejável e realizável. A plataforma liberal pode, a qualquer momento, ser implementada. Mas as conseqüências de sua implementação são terríveis para a vida em sociedade e, portanto, o liberalismo deve ser abandonado por uma outra ideologia.
4-O liberalismo é indesejável e irrealizável. É impossível que o programa liberal seja adotado. Mas, mesmo se fosse, não deveria ser visto como alternativa, já que suas idéias acarretariam uma série de distúrbios e problemas sociais.
Existe ainda uma posição que, dependendo de como é entendida, pode flutuar entre 3 e 4. Num sentido estrito do ponto 3, são as conseqüências previstas pelos próprios liberais que tornam o liberalismo um grande problema, apesar dos liberais não considerarem assim. A questão é, basicamente, de julgamento. Mas, num sentido largo, o liberalismo seria indesejável não pelas suas conseqüências previstas, mas sim pelas conseqüências não previstas pelos autores liberais. Poderíamos considerar, portanto, que o liberalismo enquanto doutrina que pretende gerar um estado de coisas que não faça surgir certos problemas é irrealizável, já que esses problemas são decorrentes da implementação do liberalismo. Mas, num sentido estrito do ponto 4, o programa liberal é irrealizável e nem pode ser adotado.
Aqueles que julgam o liberalismo como se encaixando em 2 e 4, por considerarem seu programa como utópico, tenderão a condená-lo como mero instrumento retórico usado por determinados grupos para atingir os seus objetivos. O debate acontece mesmo entre 1 e 3(nos dois sentidos que podemos dar a esta posição).
Há, ainda, uma outra reformulação possível do problema, também válida para outras doutrinas: diferentes formulações do liberalismo poderiam se encaixar nos 4 casos supostos. Teríamos, portanto, correntes liberais que seriam utópicas e outras que poderiam se realizar. E, em cada uma dessas divisões, poderíamos julgar o liberalismo como desejável ou não. Vale dizer que formulações utópicas podem ser transformadas em formulações realistas, e essas reformulações herdariam o cárater (in)desejável de suas formas utópicas.
1-O liberalismo é desejável e realizável. É desejável que a plataforma liberal seja implementada, e os seus pontos são realizáveis, apesar de não existir, no momento, nenhum partido que a defenda de maneira ampla.
2-O liberalismo é desejável mas irrealizável. A plataforma liberal é muito interessante, mas se baseia em pressupostos e noções que não condizem com a realidade. Portanto, apesar de defenderem boas idéias , os liberais estão propondo um conto de fadas.
3-O liberalismo é indesejável e realizável. A plataforma liberal pode, a qualquer momento, ser implementada. Mas as conseqüências de sua implementação são terríveis para a vida em sociedade e, portanto, o liberalismo deve ser abandonado por uma outra ideologia.
4-O liberalismo é indesejável e irrealizável. É impossível que o programa liberal seja adotado. Mas, mesmo se fosse, não deveria ser visto como alternativa, já que suas idéias acarretariam uma série de distúrbios e problemas sociais.
Existe ainda uma posição que, dependendo de como é entendida, pode flutuar entre 3 e 4. Num sentido estrito do ponto 3, são as conseqüências previstas pelos próprios liberais que tornam o liberalismo um grande problema, apesar dos liberais não considerarem assim. A questão é, basicamente, de julgamento. Mas, num sentido largo, o liberalismo seria indesejável não pelas suas conseqüências previstas, mas sim pelas conseqüências não previstas pelos autores liberais. Poderíamos considerar, portanto, que o liberalismo enquanto doutrina que pretende gerar um estado de coisas que não faça surgir certos problemas é irrealizável, já que esses problemas são decorrentes da implementação do liberalismo. Mas, num sentido estrito do ponto 4, o programa liberal é irrealizável e nem pode ser adotado.
Aqueles que julgam o liberalismo como se encaixando em 2 e 4, por considerarem seu programa como utópico, tenderão a condená-lo como mero instrumento retórico usado por determinados grupos para atingir os seus objetivos. O debate acontece mesmo entre 1 e 3(nos dois sentidos que podemos dar a esta posição).
Há, ainda, uma outra reformulação possível do problema, também válida para outras doutrinas: diferentes formulações do liberalismo poderiam se encaixar nos 4 casos supostos. Teríamos, portanto, correntes liberais que seriam utópicas e outras que poderiam se realizar. E, em cada uma dessas divisões, poderíamos julgar o liberalismo como desejável ou não. Vale dizer que formulações utópicas podem ser transformadas em formulações realistas, e essas reformulações herdariam o cárater (in)desejável de suas formas utópicas.
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